x Marta Oliveira

x MARTA OLIVEIRA

SOFIA SANTA-RITA

PT/EN

 

A pele que aproxima e que nos consente um espaço. a pele que forra o corpo, um tecido sem costuras de origem mas que pode ter alguns remendos, elástico, com pintas e que quase, quase nos deixa ver o que leva dentro.

 

Película que cobre. pele que protege, pele que acolhe, pele que é pele e quão bonito é ser, simplesmente pele.

A pele é a nossa primeira casa, é o nosso corpo é aquilo que nos permite contactar e sentir o espaço envolvente. sentimos o vento, a chuva, um arrepio e tudo isso porque temos pele, somos pele e acho que a pele é provavelmente o nosso órgão mais bonito. é sincero e espelha o tempo e a vida de uma forma simples. não há pele igual a outra pele, o que faz com que cada corpo seja um mapa e um diorama a explorar.

Sentirmo-nos bem com a nossa pele, implica sentirmo-nos bem com quem somos e assumirmos isso para nós para que consigamos proteger o que é nosso e dar valor ao corpo que ocupamos.


Os cheiros e as texturas têm o poder de alterar os nosso estados de espírito. Têm a capacidade de nos transportar para os mais diversos sítios e momentos. Acho que não há nada mais poderoso e mais rápido em termos de viagem que um cheiro que nos lembra alguma coisa da nossa infância por exemplo, de repente e numa questão de segundos, temos 5 anos outra vez e estamos de chapéu na praia, sentadas na areia a comer um iogurte com pedaços de pêssego.

 
 
 
 
 

 


Devemos procurar respeitar o nosso corpo e seguir o nosso instinto e aquilo que nos parece certo em qualquer situação. temos de nos cuidar mais para conseguirmos abrir também para os outros e olhar para dentro é a melhor forma de transpor para fora. acho essencial conhecermo-nos e sabermos os nossos pontos de força e de quebra para que consigamos também jogar com isso e redescobrirmos aquilo que nos faz mexer.

Aqui senti-me em pausa. senti que o tempo finalmente tinha tempo para se exprimir e para acontecer. sou uma pessoa naturalmente com muita energia e o parar é importante e faz-me conseguir observar as coisas de fora/de longe, conseguir ver com um ângulo diferente. dá-me espaço para criar e para divagar entre palavras ou simplesmente reparar como as árvores dançam à minha volta.

 

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x Helena Martins